Rio está entre 5 capitais com maior desigualdade salarial por gênero

O Rio de Janeiro figura entre as cinco capitais brasileiras com maior desigualdade salarial entre homens e mulheres, onde elas ganham, em média, 28,75% a menos que os homens. Isso significa que, para cada R$ 100 recebidos pelos homens, as mulheres ganham apenas R$ 71,25. Esse cenário representa um dos maiores desafios para a próxima gestão municipal, segundo o relatório “Eleições 2024: Grandes desafios das capitais brasileiras”, que se baseia em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).

A desigualdade salarial entre os gêneros cresceu nos últimos anos. Em 2016, a diferença era de 26,2%, diminuindo para 18,03% em 2022, mas subindo novamente em 2024 para 28,75%. Especialistas afirmam que as gestões municipais podem contribuir para reduzir essa disparidade por meio de políticas públicas, como a ampliação de creches e escolas em tempo integral, o que permitiria às mulheres, especialmente mães, mais oportunidades de trabalho. Além disso, a concessão de crédito e apoio ao empreendedorismo feminino são apontados como medidas cruciais.

A professora Mariele Troiano, da UFF, reforça o papel essencial das políticas públicas que combatem as desigualdades de gênero, classe e raça, e que essas devem incluir áreas como saúde, educação, habitação e transporte.

A economista Janaína Feijó destaca que, embora cidades menores como Rio Branco apresentem menores disparidades salariais, isso não significa necessariamente melhores rendimentos para as mulheres. Nas grandes capitais, como o Rio, a desigualdade é maior devido à concentração de homens em cargos mais bem remunerados, como tecnologia da informação e liderança, enquanto as mulheres estão mais presentes em setores de serviços, que pagam menos.

A equidade salarial, além de ser uma questão de justiça social, também representa ganhos econômicos. Segundo um estudo do Instituto Global McKinsey, a igualdade salarial poderia gerar um acréscimo de 12 trilhões de dólares no PIB global até 2025. Mulheres com salários equiparados aos dos homens impactam positivamente a economia, aumentando o consumo e a renda familiar.

Matéria de agenciabrasil