A inflação de setembro avançou para todas as faixas de renda no Brasil, com maior impacto nas famílias de renda mais baixa, conforme o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. Para as famílias de renda muito baixa, a taxa saltou de -0,19% em agosto para 0,58% em setembro, enquanto para as de renda alta, o aumento foi de 0,13% para 0,33%. No acumulado do ano, as famílias de renda mais baixa enfrentaram uma inflação de 3,43%, a mais alta entre as faixas, enquanto as de renda alta acumularam 2,92%, a menor taxa. Nos últimos 12 meses, a inflação foi maior para famílias de renda alta (4,72%) e menor para as de renda média baixa (4,28%).
Os grupos de alimentos e bebidas e habitação foram os principais responsáveis pela inflação em todas as faixas de renda. Famílias de baixa renda foram mais afetadas pelos aumentos nos preços de alimentos e tarifas de energia elétrica, enquanto as de alta renda também sofreram com reajustes nas passagens aéreas, mas com menos intensidade.
O aumento dos preços das carnes (3%) e frutas (2,8%) e o reajuste de 5,4% nas tarifas de energia elétrica, devido à seca e à adoção da bandeira vermelha, contribuíram significativamente para a inflação de setembro. Por outro lado, houve uma leve compensação pela queda nos preços de serviços de lazer e recreação, como cinema, teatro e concertos, que registraram uma deflação de 8%.
Comparado a setembro de 2023, a inflação acelerou principalmente para as famílias de renda mais baixa, enquanto as faixas de renda média alta e alta registraram uma inflação menor em 2024. O aumento da inflação para as rendas menores foi influenciado pelo encarecimento dos alimentos e habitação, que no ano anterior haviam apresentado deflação em alguns itens. Para as faixas de renda mais alta, o alívio veio das quedas nos preços dos combustíveis, passagens aéreas e serviços de lazer.
Matéria de agenciabrasil